Fundação
Antares de Ensino Superior, Pós- Graduação, pesquisa e extenação.
Pesquisa
Bibliográfica Orientada
Goiânia,
2014
Fundação
Antares de Ensino Superior, Pós- Graduação, pesquisa e extenação.
Leide dos
Santos Martins
Pesquisa
Bibliografica Orientada
Goiânia,
2014
Introdução
Uma fase
marcada de grandes mudanças e revelações e em sua maioria o adolecente se
exclui dos pais e famíliares e se junta com outros grupos de adolecentes o que
fazer nesta hora?
Esta transição entre a infância e a idade adulta, onde o adolecente ainda esta no meio do caminho entre uma idade e
outra, onde ele é muito pequeno para alguns privilegios e onde ele já é muito
grande para as responsabilidades.
Com isso essa fase caracteriza-se por alterações em diversos níveis –
físicos, a voz engroça dos rapazes começa na nascerem pelos em algumas partes
do corpo, nas meninas começa o ciclo mestrual, nascem os seios e começas a
nascerem pelos pelo corpo, há mudanças no estado mental e social alguns adolecêntes tendem a andarem em grupos e outros já se excluem da
sociedade - e representa para o indivíduo um processo de distanciamento de
formas de comportamento e privilégios típicos da infância e de aquisição de
características e competências que o capacitem a assumir os deveres e papéis
sociais do adulto.
Como lidar com isso, pois todos
já passamos por está, mas não conseguimos mesmo assim entender as atitudes dos
adolescentes é neste ponto onde os pais e familiares acabam aumentando ainda
mais este distanciamento do adolescente.
Ele já está confuso e acaba se isolando ou mesmo aproximando de outros
caminhos longe dos cuidados da familia drogas, marginalidade, roubos, furtos e
entre outros.
Este trabalho vem auxiliar a todos sobre está grande transição entre a
adolecenca e a fase adulta vem esclarecer algumas duvidas e ajudar a entender
melhor está fase.
Índice
Introdução.
O Fenômeno Adolecencia.
Definição.
Desenvolvimento corporal e psicossexual.
Desenvolvimento Físico
Desenvolvimento Cognitivo.
Desenvolvimento psicossocial.
Síndrome da Adolecencia normal.
Conclusão.
Bibliografia.
“A
vida do homem divide-se em cinco períodos: infância, adolescência,
mocidade, virilidade e velhice. No primeiro período o homem ama a mulher como
mãe; no segundo, como irmã; no terceiro, como amante; no quarto, como esposa;
no quinto, como filha.”
-- Pierre Proudhon.
-- Pierre Proudhon.
Adolecência
Adolescência é marca a transição entre a infância e a idade adulta, onde o adolecente ainda esta no meio do caminho entre uma idade e
outra. Com isso essa fase caracteriza-se por alterações em diversos níveis –
físicos, a voz engroça dos rapazes começa na nascerem pelos em algumas partes
do corpo, nas meninas começa o ciclo mestrual, nascem os seios e começas a
nascerem pelos pelo corpo, ha mudanças no estado mental e social alguns adolecentes tendem a andarem em grupos e outros já se excluem da
sociedade - e representa para o indivíduo um processo de distanciamento de
formas de comportamento e privilégios típicos da infância e de aquisição de
características e competências que o capacitem a assumir os deveres e papéis
sociais do adulto.
“Os termos” "adolescência" e "juventude" são por vezes usados
como sinônimos (como em alemão Jugend e Adoleszenz, inglês Youth e Adolescence),
por vezes como duas fases distintas, mas que se sobrepõem: para Steinberg a
adolescência se estende aproximadamente dos 11 aos 21 anos de vida, enquanto a
ONU define juventude (ing. youth) como a fase entre 15 e 24 anos de
idade - sendo que ela deixa aberta a possibilidade de diferentes nações
definirem o termo de outra maneira; a Organização
Mundial da Saúde define adolescente como o
indivíduo que se encontra entre os dez e vinte anos de idade e, no Brasil, o Estatuto da
Criança e do Adolescente estabelece
ainda uma faixa etária para menores de idade - dos 12 anos completos aos 18
anos incompletos, aonde o menor nessa faixa de idade se cometer um crime pode
receber medidas sócio educativas dele, inclusive de restrição da liberdade
através de apreensão. Além disso, Oerter e Montada decrevem uma "idade
adulta inicial" (al. frühes Erwachsenenalter) que vai dos 18 aos 29
anos e que se sobrepõem às definições de "juventude" apresentadas.
Mas a idade da adolescência varia culturalmente de nação para nação, no Brasil
a adolescência culturalmente começa ao se completar 13 anos e termina ao se completar
18 anos. Como quer que seja, é importante salientar que
"adolescência" é um termo geralmente utilizado em um contexto
científico com relação ao processo de desenvolvimento bio-psico-social. Fonte https://pt.wikipedia.org/wiki/Adolesc%C3%AAncia.
Não se pode definir exatamente o
início ou o fim da adolecência de acordo com a OMS (Organização Mundial de
Saúde) na maioria dos indivídos ocorre entre os 10 e 20 anos. E exatamente
nesta fase onde os jovens estão confusos devido a grandes transformações que
estão passando e é nesta faze em que os adultos teem menos paciência onde
ocorre o desvio do adolecênte para o caminho da sua destruição como o a
marginalidade, as drogas etc.
Definição: a·do·les·cên·ci·a (latim adulescentia, - ae) ·.
Substantivo feminino:
1. Fase da vida humana entre a infância e a idade adulta, aproximadamente entre os 12 e os 18 anos, que se caracteriza por mudanças físicas e psicológicas que ocorrem desde a puberdade até ao completo desenvolvimento do organismo (ex.: passou parte da adolescência no estrangeiro).
2. [Figurado, Por extensão] Fase de desenvolvimento de algo que se caracteriza pela juventude e pelo viço (ex.: adolescência do punk rock).
Significado de Adolescência
S.f. Período do desenvolvimento humano definido pela
transição entre a juventude e a idade adulta; fase que se inicia após a
puberdade.
P.ext. Figurado. Que pode ser definido por ser jovem (novo).
(Etm. do latim: adolescentia. ae).
P.ext. Figurado. Que pode ser definido por ser jovem (novo).
(Etm. do latim: adolescentia. ae).
Definição de
Adolescência
Classe gramatical: substantivo
feminino
Separação das sílabas: a-do-les-cên-cia
Plural: adolescências
Separação das sílabas: a-do-les-cên-cia
Plural: adolescências
Construção
histórico-social
Adolescência
e juventude são definições
de caracterização cultural estão ligados
mudanças e desenvolvimento humano até sua fase adulta.
A ideia de
que a adolescência é uma fase qualitativamente diferente da infância e da idade
adulta tem sua origem já na antiguidade. A base sócio-política dessa
diferenciação só surgiu, no entanto, com a transformação das estruturas sociais
ocorrida em fins do século XIX que permitiram que os jovens (adolescentes)
fossem retirados do mercado de trabalho para frequentarem a escola e outras
instituições educacionais. Fonte https://pt.wikipedia.org/wiki/Adolesc%C3%AAncia.
Na adolecência há diferentes oportunidades de formação e educação que
têm pessoas que entram no mercado de trabalho mais cedo ou mais tarde de acordo
com a situação financeira e cultural da família. Com o mercado de trabalho
sempre mais exirgente cabe aos jovens adolecentes se especializarem em seus
estudos para quando chegarem à fase adulta poderem exercer um trabalho
gratificante.
Do ponto de vista da
psicologia do desenvolvimento, o início da adolescência é claramente marcado
pelo início do amadurecimento sexual (puberdade), o seu fim não se define
apenas pelo desenvolvimento corporal, mas, sobretudo pela maturidade social -
que inclui, entre outras coisas, a entrada no mercado de trabalho e o assumir
do papel social de adulto. A adolescência não é, no entanto, uma fase homogênea. Pelo
contrário, é uma fase dinâmica que, para o seu estudo, exige uma maior
diferenciação. Steinberg propõe uma divisão em três fases: (1) Adolescência
inicial, dos 11 aos 14 anos; (2) adolescência média, dos 15 aos 17 anos e (3)
adolescência final, dos 18 aos 21. Essa última fase sobrepõe-se à
"juventude" em sentido estrito, que marca o início da idade adulta,
definida por Oerter e Montada como a fase entre os 18 e os 29 anos de idade.
E acordo com a definição da psicologia podemos concluir que seu início
vário drasticamente e pessoa para pessoa e com isso e seu fim que seria na faze
adulta, ou melhor, na faze onde assume um papel social de adulto pode para
algumas pessoas começar antes mesmo da puberdade e nestes casos onde o adulto
pula uma fase saindo da criancice indo direto para a fase adulta.
Desenvolvimento
cognitivo
O desenvolvimento cognitivo é
marcado pelas mudanças corporais marcantes nesta fase é o:
- Do aumento das [[operações mentais]];
- Da melhora da qualidade no processamento de informações e
- Da modificação dos processos que geram a consciência.
Com isso o
adolecente lida com diferentes desafios com o do meio-ambiente, tornando - se,
mas confuso e complexo, e das mudanças psicofisiológicas. As principais
características desse desenvolvimento são:
- Pensar em possibilidades - ou
seja, o pensamento não se limita mais à realidade, mas atinge também
hipóteses irreais e permite ao indivíduo gerar novas possibilidades de
ação;
- Pensamento abstrato - a
capacidade de abstrair se desenvolve pemitindo ao indivíduo compreender
não somente conceitos abstratos, mas também estruturas complexas,
sobretudo sociais, políticas, científicas, econômicas e morais;
- Metacognição - o
próprio pensamento é alvo de reflexão, permitindo o direcionamento
consciente da atenção, a reflexão e a avaliação de pensamentos passados, abrindo assim
caminho para as capacidades de autoreflexão e introspecção;
- Pensamento multidimensional - o indivíduo torna-se capaz de levar em conta cada vez mais
aspectos dos fenômenos. Essa capacidade permite ao indivduo compreender a
interdependência de fenômenos de diferentes áreas e argumentar a partir de
diferentes pontos de vista;
- Relativização do pensamento - o indivíduo se torna cada vez mais capaz de compreender outros
pontos de vista e sistemas de valores.
Desenvolvimento
corporal e psicossexual
Crescimento
físico
O que pode acontecernesta fase não se trata
apenas do crescimento fisíco, mas suas consequencias.
Durante a adolescência, o corpo do indivíduo cresce
continuamente até a idade de 16 a 19 anos, quando a estatura adulta é alcançada
- os rapazes atingem a estatura adulta em média dois anos mais tarde do que as
moças. Tal crescimento, no entanto, não se dá de maneira contínua: aproximadamente aos 14-15
anos os rapazes - as moças dois anos antes - têm um "salto no
crescimento", ou seja, eles crescem em um ano mais do que nos anos
anteriores e nos seguintes. Depois desse salto, a velocidade do crescimento diminui
marcadamente até o indivíduo atingir sua altura final. Paralelamente ao
crescimento físico há um aumento no peso, que, no entanto, é dependente da alimentação e da forma de vida.
As diferentes partes do corpo também crescem com velocidades diferentes.
De maneira geral os membros superiores (braços) e inferiores (pernas) e a cabeça crescem mais rapidamente que
o resto do corpo, atingindo seu tamanho final mais cedo. Isso leva a uma
desproporção visível com relação ao tronco, que cresce mais devagar. Essa
desproporção é observável também nos movimentos por vezes desajeitados, típicos
da adolescência.
Até a idade de 11 anos, meninos e meninas tem aproximadamente a mesma força muscular. O crescimento
muscular dos rapazes é, no entanto, maior, o que explica a maior força física
média dos homens na idade adulta.
Esta diferenciação entre os meninos e as
meninas, as meninas mudam o seu corpo e sua estrutura em função para poder
cuidar da casa e dos filhos já os meninos sua mudança ocorre mais tarde porque
o homem vai ser o protetor desta família e com isso será de sua
responsabilidade caçar ou produzir o alimento para poder suprir sua família.
Puberdade
Mudanças
corporais
As mudanças corporais iniciam
mais cedo nas moças do que nos rapazes aproximadamente dois anos de diferença.
ü 10-11 anos: Início da formação dos quadris com a acumulação de gordura, primeiro crescimento dos seios e dos mamilos;
ü 11-14 anos:
o
Surgem os pelos pubianos (lisos), a
voz torna-se mais grave, rápido crescimento dos ovários, da vagina, do útero e dos lábios da genitália;
o
Os pelos
pubianos tornam-se crespos
o
Idade do
"salto de crescimento" (ver acima), os seios começam a tomar forma
(estágio primário), amadurecimento dos óvulos: menarca (primeira menstruação):
ü 14-16 anos: Crescimento dos pelos axilares, os seios adquirem a forma
adulta (estágio secundário).
Já os meninos:
ü 12-13 anos: Surgem os pelos pubianos (lisos); início do crescimento dos testículos, do escroto e do pênis, mudanças temporárias no peito; formação de.
ü 13-16 anos:
o
Início da
mudança de voz, crescimento acelerado do pênis, dos testículos, do escroto, da próstata e da vesícula seminal, primeira.
o
Os pelos
pubianos tornam-se crespos
o
Grande
"salto de crescimento"
ü 16-18 anos: aparecimento da barba, início das
"entradas" no contorno dos cabelos, marcante mudança de voz.
Mudanças hormonais
A ação dos hormônios, muito importantes na regulação do metabolismo, é muito complexa e
ainda não completamente compreendida. Com relação ao crescimento corporal dois
hormônios desempenham um papel preponderante: a somatotrofina, hormônio do crescimento produzido pela hipófise, e a tiroxina, produzida
pela tiróide. A somatotrofina regula o crescimento do corpo como um todo; já a tiroxina,
que só é produzida "sob instrução" da hipófise através da tirotrofina, regula principalmente o crescimento do cérebro, dos dentes e dos ossos.
A
sexualidade do adolescente
O início da maturidade sexual também o comportamento sexual começa a se
desenvolver. Esse desenvolvimento é um processo muito complexo e é fruto da
interação de vários fatores - desenvolvimento físico, psicosocial, a exposição
a estímulos sexuais (que é definida pela cultura), os grupos de contatos sociais (amigos, grupos de esporte, etc.), e as
situações específicas que permitem o acesso à experiência erótica.
O início do desenvolvimento sexual se encontra já na infância. Não
apenas os casos de abuso sexual, mas também as experiências quotidianas de troca de carinho e afeto, de
relacionamentos interpessoais e de comunicação sobre a sexualidade desempenham um papel importantíssimo para o desenvolvimento do
comportamento sexual e afetivo do adolescente e, posteriormente, do adulto. Importantes
aqui, sobretudo processos de aprendizado através do modelo dos pais: em
famílias em que carinho e afeto são trocados abertamente e em que a sexualidade
não é um tabu os adolescentes desenvolvem outras formas de comportamento do que em
famílias em que esses temas são evitados e considerados inconvenientes.
Comportamento
sexual
Baseados em seus estudos com adolescentes alemães Schmid-Tannwald e Kluge
(1998) defendem três teses que resumem o resultado desse trabalho:
- O desenvolvimento do
comportamento social está cada vez mais acelerado, acompanhando a
aceleração secular da maturidade sexual (ver acima "aceleração e
retardo no desenvolvimento"). O início da vida sexual está ligado ao
início da maturidade sexual (menarca nas moças e primeira ejaculação nos
rapazes) mais do que a qualquer outro fator: a maior parte dos
adolescentes tende a ter sua primeira relação sexual nos primeiros anos
após atingirem a maturidade sexual. Dessa forma, em um estudo de 1983, 44%
das moças e 33% dos rapazes com 17 anos afirmavam já ter tido uma relação
sexual, enquanto em 1994, 92% das moças e 79% dos rapazes com 17 anos
diziam já ter tido uma experiência sexual. Apesar da pouca idade, a
maioria dos adolescentes tende a trocar carícias e a fazer experiências de
toques íntimos sem penetração ("petting") como preparação para o
ato sexual. Já nos primeiros anos de atividade sexuais ambos os sexos
tendem a ver o sexo como algo belo, se bem que essa tendência seja maior
entre os rapazes.
- O comportamento sexual de ambos os sexos está se aproximando cada
vez mais: em 1983 a diferença entre a idade média da menarca e da primeira
ejaculação era de 0,7 anos (ou seja, em média as moças tinham a primeira
menstruação 9 meses antes dos rapazes); já em 1994 a diferença era de
apenas 0,3 anos (3-4 meses). Em 1983 as moças tendiam a ter a primeira
relação sexual 0,7 anos mais cedo do que os rapazes, já em 1994 a idade
era a mesma: 14,9 anos.
- O comportamento sexual é influenciado pela cultura familiar. Mas
mesmo em famílias que tendem a conversar menos abertamente sobre
sexualidade e relacionamentos e a não preparar os adolescentes para a
menarca e a maturidade sexual os adolescentes têm uma vida sexual ativa -
mesmo a revelia dos pais.
Um ponto importante
é a preferência dos adolescentes por relacionamentos estáveis ao invés de
liberalidade sexual vem do exemplo familiar onde o adolecente se espelha em
seus pais ou responsáveis e buscam seguir o mesmo caminho.
Sexualidade
e contracepção
No estudo de
1983 Schmid-Tannwald e Kluge identificou que 30% das moças e 50% dos rapazes
diziam ter tido a primeira relação sem proteção, por crerem que não se
engravida tão facilmente; já em 1994, 80% das moças e 76% dos rapazes alemães
diziam ter utilizado algum tipo de método contraceptivo já no primeiro ano de
vida sexual ativa. A principal razão para a pouca proteção é, sobretudo pouco
ou mesmo falso conhecimento: os adolescentes frequentemente não conhecem
suficientemente o ciclo menstrual, mas julgam saber quando podem ter sexo sem
proteção e sem risco de gravidez. Em comparação às moças os rapazes têm um
maior defict de conhecimento.
O
esclarecimento sobre a sexualidade ainda tende a ser feito por amigos ou livros
e não em casa. Devemos mudar essa realidade e incentivar mais o diálogo com os
nossos filhos, muitas pessoas ainda acham um tabu ao tocarem nesse assunto, mas
devemos concientizar nossos filhos para a triste realidade em que se encontra a
humanidade.
Prevenção de
sexualidade precoce
A partir dos
dados disponíveis, Oerter e Dreher (2002) enfatizam três pontos principais:
- O controle e o apoio
sociais ao adolescente são importantes para o seu desenvolvimento - também
para o sexual. A tendência atual, de a vida sexual ativa dos adolescentes
se tornarem cada vez mais aceita, de forma que os jovens podem, por
exemplo, dormir com a namorada em casa torna a família um importante ponto
de referência também com relação à sexualidade;
- A sexualiade faz parte do
processo de desenvolvimento da própria identidade do adolescente e é assim uma parte importante do seu
desenvolvimento humano;
- A sexualidade, como outras atividades na vida do adolescente, tem
uma função no desenvolvimento da identidade. O desenvolvimento de outros interesses que tenham uma função análoga pode ajudar a evitar um início
precoce da vida sexual.
Desenvolvimento
da Identidade
Durante muito tempo a adolescência foi vista como uma fase de
"tempestades e tormentas" (Sturm umd Drang, por exemplo, por
Granvillle S. Hall). Com o auxílio da pesquisa mais atual, no entanto, essa visão
tem se tornado mais diferenciada. Por exemplo, quando medidas através de
questionários, a autoimagem e a autoestima mantém-se
relativamente estáveis durante toda a adolescência - se bem que em uma
importante minoria, sobretudo entre as moças, há uma tendência de diminuição da
autoestima.
Enquanto a
autoimagem e a autoestima parecem permanecer constantes, a complexidade da
estrutura da identidade aumenta constantemente durante a adolescência. Esse
aumento de complexidade se mostra nos seguintes pontos:
- A descrição de si se torna cada vez mais contexto-específica: por
exemplo, a pessoa se vê como tímida diante de pessoas do outro sexo, mas
autoconfiante diante de amigos e colegas;
- A autoimagem real (como eu sou) e a autoimagem ideal (como eu
gostaria de ser) são vistas cada vez mais como diferentes;
- O "eu verdadeiro" é visto cada vez mais como diferente de
um "eu falso" ou "fingido": enquanto adolescentes com
12 ou 13 anos não fazem essa diferença, rapazes e moças mais velhos a
consideram importante;
- Os adolescentes aprendem cada vez mais a verem-se pelos olhos dos
outros;
- A dimensão do tempo desempenha um papel cada vez mais importante na
descrição de si: enquanto crianças se descrevem sempre no presente, os
adolescentes começam a levar em conta o passado (como eu era) e o futuro
(como eu gostaria de ser) em consideração.
Higgins
(1987) descreveu três tipos de "si mesmo" - o si mesmo real, o si
mesmo ideal (como a pessoa gostaria de ser) e o si mesmo como deveria
ser (que representa a identificação da pessoa com determinadas obrigações e
tarefas apresentadas pelo ambiente social). O ambiente social tem, ele mesmo
(ou melhor, a pessoas que dele fazem parte), uma imagem de como o indivíduo é e
de como ele deveria ser (expectativas). O aumento da complexidade na
compreensão de si mesmo expõe o adolescente assim a diferentes tipos de
discrepância:
- Entre o si mesmo real e o ideal - ou seja, a imagem que o indivíduo
faz de si não corresponde com a pessoa que ele gostaria de ser; a pessoa
tende se sentir decepcionada e insatisfeita;
- Entre o si mesmo real e a imagem que os outros têm do indivíduo - a
imagem que a pessoa faz de si não corresponde àquela que outras pessoas -
família, amigos - fazem; a pessoa tende a se sentir envergonhada e
humilhada;
- Entre o si mesmo real e o como deveria ser - a imagem que a pessoa
faz de si não corresponde à idéia que ela faz a respeito das obrigações e
tarefas que ele deveria cumprir; a pessoa tende a ter sentimentos de culpa
e a fazer acusações, condenando-se a si mesma;
- Entre o si mesmo real e as expectativas dos outros - a imagem que a
pessoa faz de si não corresponde às expectativas e desejos da família,
amigos ou outroas pessoas ou grupos importantes para o indivíduo; a pessoa
tende a se sentir ameaçada, com medo, esposta a perigos e dor.
A tomada de
consciência desses conflitos de interesses expõe o adolescente ao estresse e, dependendo da carga genética e do ambiente em que se desenvolve ao
risco de diversos tipos de problemas sociais e psicológicos - desde transtornos alimentares (anorexia, bulimia) até o suicídio, passando
por problemas de desempenho escolar, abuso e dependência de substâncias químicas, fobias e depressão.
Desenvolvimento Físico na Adolescência
Sobre o Físico na adolescência tem-se notado um processo de alterações
ao longo da história das gerações. Nos últimos anos, tem-se assistido a um
início cada vez mais precoce da puberdade e a um crescimento mais rápido das
crianças e dos adolescentes. O fenômeno, que consiste na antecipação da
maturação designa-se de Tendência Secular. Por exemplo, “os rapazes e moças do
mundo de hoje são mais altos, mais pesados e mais maduros do que os seus
antepassados durante a adolescência”. Esta é uma etapa fundamental para o
crescimento e maturação físico-psicológica. É nesta fase que o indivíduo
procura construir e edificar de uma forma prática a sua identidade, que ensaia
e se afirma como ser independente, autônomo, diferente do outro, com
necessidades, interesses, capacidades e linguagens diferentes. É um período em
que a mudança é a principal fonte de toda a novidade, gerando um leque enorme
de novas capacidades. O corpo adquire outra forma e uma nova atitude e
linguagem, a “cabeça” pensa agora através de hipóteses e, de uma forma mais
abstrata.
Provavelmente, a característica mais significativa e visível da
adolescência é esta.
Multiplicidade
de transformações físicas específicas da puberdade. As mudanças biológicas
decorrentes da puberdade são avassaladoras e relativamente rápidas. O
crescimento em altura é particularmente evidente, a forma do corpo altera-se, a
capacidade física aumenta e inicia-se a sexualidade, a intimidade a curiosidade
sexual e as dúvidas. Com a puberdade (regulada essencialmente pelos hormônios),
o corpo cresce não só em tamanho, como nas suas proporções e, consequentemente,
na sua capacidade física. O adolescente se sente descoordenado e pouco
proporcionado, sendo importante estar atento à forma como encara as alterações
na sua imagem e aparência física, que muitas vezes são vividas com certo
dramatismo. Nos rapazes os ombros tornam-se mais largos, em comparação com os
quadris, e as pernas são relativamente longas quando comparadas com o
comprimento do tronco. Por sua vez, as moças evidenciam ombros relativamente
estreitos, Quadris largos e pernas mais curtas, comparados ao tronco.
Esta é uma fase crítica do ser humano entre os 9 e
os 20 anos, que ocorrem algumas alterações no indivíduo quer a nível físico,
quer a nível psicológico e a nível social.
Nível
físico o organismo sofre mais alterações. Esta fase é a puberdade, onde
irão ocorrer as grandes mudanças biológicas e fisiológicas tanto no corpo da
mulher como do homem.
Em geral, no sexo feminino começa entre os 9
e os 13 anos, variando esse período de pessoa para pessoa. Com ela vem à
primeira menstruação. Essa fase também coincide com várias transformações, que
se vinham manifestando na fase pré-puberal. As principais características são:
·
Alargamento dos
ossos da bacia;
·
Início do ciclo
menstrual
·
Surgimento de
pelos no púbis e nas axilas;
·
Depósito de
gordura nas nádegas, nos quadris e nas coxas;
·
Desenvolvimento
dos seios.
No sexo
masculino as transformações iniciam-se um pouco mais tarde do que nas
meninas, por volta dos 11 e 15 anos. Os primeiros sinais são o aumento do
tamanho dos órgãos genitais, o aparecimento da barba, pelos nas pernas, nos
braços e no peito. A voz fica mais grave, os músculos começam a enrijecer, os
ombros e o tronco alargam-se, a pele torna-se mais gordurosa e com isso
aparecem às espinhas. Nesta fase, é natural que os rapazes tenham a sua
primeira ejaculação. As principais mudanças são:
·
Surgimento de
pelos no púbis, nas axilas e no peito;
·
Aumento dos
testículos e do pênis;
·
Crescimento da
barba;
·
Voz grossa;
·
Ombros mais
largos;
·
Aumento da massa
muscular;
·
Início da produção
de espermatozoides;
·
Aumento do peso e
da estatura.
Algumas precauções devem ser
tomadas cuidadosamente junto aos adolescentes, pois nesta fase eles podem
sentir-se inferiores quanto à maturação precoce e tardia que pode levar a
diferenças de personalidade, dependendo, sobretudo da forma como ela é vista
pelo mundo que rodeia o adolescente. Se a maturação precoce ou tardia for
considerada como característica negativa, provavelmente o adolescente será
lesado de forma negativa. Assim compete aos pais e responsáveis apoia-los, para
que eles se preocupem menos com o seu crescimento físico, emocional e sexual.
Desenvolvimento
Cognitivo
É
de grande importância para o desenvolvimento cognitivo-intelectual do individuo
o período da adolescência como sendo o estágio das operações formais
caracterizadas por Piaget. Os diversos tipos de conhecimentos são desenvolvidos
no momento em que o adolescente está refletindo e amadurecendo as suas
opiniões.
O aprendizado é um processo
gradativo no qual o adolescente se capacita seguindo uma sequência lógica isso
se dá a partir de estruturas organizadas que norteiam o desenvolvimento humano,
que se baseiam no processo de acomodação e assimilação, que leva o indivíduo a
um equilíbrio final, ou seja, ele consegue alcançar um padrão intelectual que
persistirá durante a vida adulta, mas isso não quer dizer que suas funções
cognitivas estarão estagnadas.
A teoria piagetiana oferece
condições para se compreender o desenvolvimento cognitivo do adolescente a
partir de uma visão biologista e nesse sentido oferece contribuições para se
pensar a educação nessa perspectiva. Salienta-se que uma teoria precisa ser apropriada
para ser submetida a um crivo crítico e passa a ser imprescindível o
conhecimento de suas bases teóricas para se conhecer seus limites e assim se
pensar nas possibilidades de sua superação.
Observa-se que a educação tem
sofrido várias transformações e isso coloca o adolescente, a escola e a família
diante de novos desafios da aprendizagem e cabe aos educadores e familiares
buscarem um aprimoramento para manter-se atualizado diante dessas alterações
ocorridas na adolescência. O educador aprende com suas experiências diárias e
assim consegue ajudar o adolescente a evoluir.
Segundo a teoria de Piaget o
principal objetivo é mostrar como o indivíduo evolui. A teoria do
desenvolvimento mental é baseada na interação do organismo com o meio, e isso
acontece graças a um processo interno de organização e um processo externo de
adaptação. As estruturas mentais são todas construídas, ao longo do
desenvolvimento do indivíduo, neste momento ele interage com o meio
utilizando-se dos processos de acomodação e assimilação. A acomodação leva o
organismo a adaptar-se, para sobreviver, a realidade, e a assimilação tende a
fazer a realidade adaptarem-se as necessidades do organismo. "O ato de
assimilação é o fato primeiro, que engloba em um toda a necessidade funcional,
a repetição e esta coordenação entre o sujeito e o objeto que anuncia a
implicação e o julgamento”. (Batto, 1978, pág.35).
No período das operações formais o
adolescente é capaz de tirar conclusões de puras hipóteses, ocorre à passagem
do pensamento formal, abstrato, isto é, o adolescente realiza as operações no
plano de ideias, sem necessitar de referencias concretas.
Nas relações sociais, o adolescente passa
por um processo de caracterização por uma fase de interiorização, que pode até
no princípio ser identificado como antissocial. Ele se afasta da família, não
aceita conselhos dos adultos, na realidade, o ponto chave de sua reflexão é a
sociedade. Depois ele atinge o equilíbrio entre pensamento e realidade, quando
compreende a importância da reflexão para sua ação sobre o mundo real.
No período da afetividade, o
adolescente vive conflitos. Deseja livrar-se do adulto, mas ainda depende dele.
Ele deseja se aceito pelos amigos e esses determinam as palavras, as
vestimentas e outros aspectos do seu comportamento. Nesse período ele começa a
estabelecer sua moral individual, que é referencial a moral do grupo.
2. ADOLESCENCIA
Segundo
o dicionário Aurélio (1986), adolescência é:
"O
período da vida humana que sucede à infância, começa com a puberdade, e se
caracteriza por uma série de mudanças corporais e psicológicas (estende-se
aproximadamente dos 12 aos 20 anos). Período que se estende da terceira
infância até a idade adulta, marcado por intensos processos conflituosos e
persistentes esforços de autoafirmação. Corresponde à fase de absorção dos
valores sociais e elaboração de projetos que impliquem plena integração
social".
A adolescência é caracterizada pela
fase que vem depois da infância e antes da juventude. Inicia essa fase começa
por volta dos doze anos e termina por volta dos dezoito. De forma exagerada o
individuo manifesta seus gostos e preferências durante esse período. A busca
intensa de si mesmo e da sua própria identidade é característica dessa fase
cheia de questionamentos, tudo se questiona, tudo se critica em busca de uma
liberdade e de uma autoafirmação. As mudanças ocorrem numa quantidade maior que
as verificadas em muitos anos da infância ou da fase adulta. É natural que
essas mudanças provoquem dúvidas, incertezas e inquietações. Assim como é
natural que todo ser humano necessite de um tempo para assimilar tais mudanças.
Para (Dinah Martins, 1987, pág.28) "A caracterização da adolescência não
constitui tarefa muito fácil, porque aos fatores biológicos específicos,
atuantes na faixa etária, se somam as determinantes socioculturais, advindas do
ambiente onde o fenômeno da adolescência ocorre".
A natureza dessas mudanças e desses
processos conflituosos é estudada profundamente pela Psicanálise. Uma das
referências imprescindíveis sobre a adolescência é a da psicanalista argentina Arminda
Aberastury (1988). Ela afirma que a adolescência constitui-se em uma
"etapa decisiva de um processo de desprendimento" (p.15). Essa época
da vida caracteriza-se, segundo ela, por ser "um período de contradições,
confuso, ambivalente, doloroso, caracterizado por fricções com o meio
familiar" (p.16). Tais apontamentos permitem delinear, de maneira mais
clara, os limites desses processos conflituosos que definem a adolescência.
Maurício Knobel (1992) diz que
"o problema da adolescência deve ser tomado como um processo universal de
troca, de desprendimento, mas que será influenciado por conotações externas
peculiares de cada cultura, que o favorecerão ou dificultarão, segundo as
circunstâncias” (p.26). O desprendimento, ou, dito de outra forma, o rompimento
dos vínculos infantis, é um processo necessário e inevitável rumo à vida adulta
saudável. Ele pode, porém, dar-se de forma tranquila ou muito tumultuada, como
qualquer desprendimento. Pode ser acompanhado de muita dor ou de muito prazer.
A adolescência é uma fase típica do
desenvolvimento do jovem no ambiente familiar, na cultura que participa e na
sociedade vigente, entretanto, a adolescência, além de fatores biológicos é
influenciada pelo ambiente familiar, cultural e social.
A sociedade cria todo um universo de
regras, leis, costumes, tradições e práticas, visando perpetuar os valores
comumente aceitos e enfrentar os problemas experimentados por todos os membros.
Todas essas formas socialmente padronizadas de comportamento constituem a
cultura da sociedade. (MARTINS, 1987, pag. 28 e 29).
A adolescência é caracterizada por
aspectos biológicos, o desenvolvimento do esqueleto, a mudança de estatura, o
aparecimento de pelos faciais e pubianos, o crescimento acelerado dos órgãos
sexuais nos meninos e o desenvolvimento do busto nas meninas, a puberdade ou
maturidade sexual, são indícios dessa fase.
A adolescência é marcada pelo
abandono das características infantis e é regada por crises e contradições. O
conflito de gerações é intenso nesse período, pois os pais esperam dos filhos
atitudes responsáveis, mas não sabem lidar com as inquietações dos filhos em
relação à vida sexual.
A adolescência é a idade da certeza.
O adolescente não desconfia de suas ideias e opiniões. Acreditam piamente
naquilo que seus pensamentos lhes dizem. Daí. A conclusão lógica de que todos os
que têm ideias diferentes das suas só podem estar errados. Explica-se, assim, a
sua dificuldade em lidar com opiniões discordantes. 'Sei muito bem o que estou
fazendo'; essa é a resposta padrão que eles usam para se destacar de uma
advertência sobre um curso problemático de ação. (ALVES. Sobre o tempo e a
eternidade, pag. 34).
3. DESENVOLVIMENTO COGNITIVO SEGUNDO PIAGET
Os períodos do desenvolvimento são
caracterizados por aquilo de melhor que o indivíduo consegue fazer nas faixas
etárias, como: sensório-motor, pré-operatório, operações concretas, e por
último, que vai nortear o desenvolvimento deste trabalho, as operações formais.
Piaget divide os períodos do
desenvolvimento de acordo com o aparecimento de novas qualidades do pensamento
e isso interfere o desenvolvimento global. Ele afirmava que as mudanças na
maneira como os adolescentes pensam sobre si mesmos, sobre seus relacionamentos
pessoais e sobre a natureza da sua sociedade tem como fonte comum o
desenvolvimento de uma nova estrutura lógica que ele titulava de operações
formais. Todos os indivíduos passam por todos esses estágios ou períodos, nessa
sequência, mas o início e o termino de cada uma delas dependem das
características biológicas do ser humano e de fatores educacionais e sociais.
Piaget assegurava que as mudanças na
maneira como os adolescentes raciocinam sobre si mesmos, sobre seus
relacionamentos pessoais e sobre o caráter da sua sociedade tem como fonte
comum o desenvolvimento de uma nova estrutura lógica que ele chamava de
operações formais. O estágio das operações formais ocorre dos doze anos em diante,
neste período acontece o amadurecimento das características da vida adulta, onde
o atributo mais geral do pensamento operatório formal é o reconhecimento de que
a realidade é nada mais que um conjunto de possibilidades.
Para Piaget o pensamento formal é
uma orientação generalizada, explicita ou implícita, para solução de problemas:
uma orientação no sentido de organizar os dados, isolar e controlar variáveis,
formular hipóteses e justificar e provar logicamente os fatos.
Grande parte da diferença existente
entre o comportamento diário da criança e do adolescente pode ser expressa da
seguinte maneira: o adolescente, como a criança vive no presente, mas ao
contrário da criança também vive muito na dimensão ausente, isto é no futuro e
o no reino do hipotético. Seu mundo conceitual está povoado de teorias
informais sobre si mesmo e sobre a vida, cheio de planos para o seu futuro e o
da sociedade, em resumo, cheio de ideias que transcendem a situação imediata,
as relações interpessoais atuais.
4. PÉRIODO OPERATÓRIO FORMAL
Esse
período é caracterizado por uma dependência cada vez menor de objetos e
fantasias para considerar problemas e situações. O adolescente desenvolve a
habilidade de formular conteúdos puramente abstratos, como elevados conceitos
matemáticos e filosóficos, assim como a habilidade de aprender como aplicar as
informações gerais necessárias à adaptação e as informações específicas
necessárias para um ocupação.
Na visão piagetiana, a transição de
um período a outro necessariamente provoca um desequilíbrio temporário que,
posteriormente, dá lugar a uma forma superior de raciocínio. Desta maneira, no
início de cada nova etapa, verifica-se uma predominância da assimilação sobre a
acomodação - o indivíduo incorpora à realidade as estruturas que já possui.
Pouco a pouco, através de um processo gradual, as estruturas internas tornam-se
adequadas a realidade, atingindo, assim um equilíbrio maior. (RAPPAPORT, 1981,
pag.69)
Os jovens manifestam uma maneira
mais flexível de manipular informação, podemos perceber que nesse período o
pensamento lógico das operações formais abstratas. Nesse período observa-se o
amadurecimento do pensamento formal ou hipotético-dedutivo. Durante a
adolescência o pensamento formal é expandido, pois o adolescente,
diferentemente da criança, é um indivíduo que reflete fora do presente e
elabora teorias sobre todas as coisas, comprazendo-se, sobretudo nas
considerações intempestivas.
Nesse
período observamos que o adolescente levanta teorias e reflete sobre seu
próprio pensamento, o pensamento formal, que forma uma reflexão da inteligência
sobre si mesma, um sistema operatório de segunda potência, que opera com
teorias.
O adolescente sofre influencias
neurológicas e ambientais se combinando para causar a maturidade cognitiva, é
neste momento que os adolescentes podem aplicar a nova capacidade para
considerar e testar possibilidades a todo tipo de problema, eles podem
desenvolver uma hipótese e conceder um experimento para testá-la. Eles, também,
consideram todos os relacionamentos que pode imaginar e passam por cada um
deles, para eliminar o falso e chegar ao verdadeiro. O adolescente que não
consegue desenvolver estes conhecimentos, na perspectiva da teoria de Piaget,
não se estruturou, não desenvolveu seus conhecimentos nos outros períodos do
desenvolvimento. A dificuldade no aspecto cognitivo se dá muitas vezes, pelo
histórico do adolescente.
Conclui-se que o adolescente
pretende inserir-se na sociedade dos adultos por meio de projetos, de programas
de vida, de sistemas muitas vezes teóricos, de planos de reformas políticas ou
sociais. Portanto, a verdadeira adaptação à sociedade vai-se fazer
automaticamente quando o adolescente passa de reformador a realizador.
Desenvolvimento psicossocial
Segundo a teoria freudiana a
constituição da personalidade de cada indivíduo é determinada, em grande parte,
pelo modo como se dá a relação entre o princípio de prazer e o princípio de
realidade. O impulso sexual desempenha um papel importante na formação da nossa
personalidade. Esse desenvolvimento divide-se em vários estágios, denominados
segundo os órgãos ou zonas do corpo que são fontes de prazer erótico. Os
primeiros anos de infância determinarão aquilo que o indivíduo será, ou seja,
as características principais da personalidade estabelecem-se na fase em que o
meio familiar é a fonte de prazer, de segurança, dos modelos comportamentais,
mas também o lugar de conflito, frustração e traumas decisivos.
A constituição de uma personalidade equilibrada
exige a ultrapassagem positiva de cada um destes estágios infantis do
desenvolvimento. Isso implica que não se verifique a fixação em nenhum deles.
A fixação bloqueia o desenvolvimento
psicossexual, daí resultando diversas desordens e perturbações comportamentais
e quanto mais intensas for menor o nosso grau de maturidade quanto adultos.
A estrutura da
personalidade segundo Freud é subdivido em três camadas ou instâncias: O Ego, o
Superego e o Id. No sistema da topografia mental o Id, assim chamado devido à
sua natureza impessoal, primitiva e desorganizada, representa o nível mais
baixo, o reservatório hereditário de exigências instintivas e drásticas,
ilógico e imoral, apenas submetido ao princípio do prazer, procurando a
satisfação imediata daquelas exigências e situado na linha de fronteira entre o
somático e o psíquico, fornecendo tanto ao Ego como ao Superego as energias com
que eles operam. É permanentemente inconsciente. O Ego é a parte
fundamentalmente consciente da personalidade humana, embora tendo também uma
parte, mais profunda, inconsciente. Não existe ainda na primeira infância. A
criança não possui, a princípio, qualquer personalidade consciente, já que a
consciência de si mesma se desenvolve de forma lenta. O Ego torna-se
progressivamente mais forte, passando a modificar e controlar, pelo menos até
certa medida, as forças instintivas e antissociais do Id. Embora não se
distinguindo nitidamente do Id, o Ego procura ser normal e conformar-se com as
exigências do mundo exterior e o princípio da realidade, que se supõe governar
depois a pessoa adulta, amadurecida.
O Superego corresponde
essencialmente à ideia tradicional de consciência. Também ele é, em grande
parte, uma instância inconsciente. A consciência consciente não representa o
regulador principal do comportamento moral e ético. A moralidade e o
comportamento social dependem fundamentalmente da atuação invisível de códigos
inconscientes que foram incutidos durante o processo de educação. O Superego tem,
de acordo com a doutrina Freudiana, várias origens. Normalmente distinguem-se
quatro tendo como ponto de partida que a base do Superego é a interiorização da
autoridade do pai ou do seu substituto, num complexo sistema de interações e
reações que envolvem as outras instâncias da estrutura da personalidade,
envolvendo processos de dupla agressividade- agressividade do pai e
agressividade contra o pai-, ataques contra e vindos das outras duas instâncias
da personalidade (o Id e o Ego), com resultados como o sentimento de culpa, a autocensura,
a sublimação e por último a reação formação que em geral é dirigida contra
formas infantis, Pré-genitais de amor e ódio. Desenvolve-se esta fase a partir
da idade de dois anos e constitui alguns dos traços mais permanentes e
reconhecíveis do carácter normal e, quando são excessivos, apresentam um
conjunto de traços caracterológicos patológicos. A excessiva escrupulosidade,
por exemplo, é uma resposta típica de carácter obsessivo, segundo Freud.
Sem negar a teoria
freudiana sobre desenvolvimento psicossexual, Erik Erikson mudou o enfoque
desta para o problema da identidade e das crises do ego, ancorado em um
contexto sociocultural. O estudo da identidade tornou-se estratégico para o
autor, que viveu em uma época onde a Psicanálise deslocava o foco do id
e das motivações inconscientes para os conflitos do ego.
Erikson construiu sua
teoria psicossocial do desenvolvimento humano, repensando vários conceitos de
Freud, sempre considerando o ser humano como um ser social, antes de tudo, um
ser que vive em grupo e sofre a pressão e a influência deste.
Erikson criou alguns
estágios, que ele chamou de psicossociais, onde descreveu algumas crises pelas
quais o ego passa, ao longo do ciclo vital. Estas crises seriam estruturadas de
forma que, ao sair delas, o sujeito sairia com um ego (no sentido freudiano)
mais fortalecido ou mais frágil, de acordo com sua vivência do conflito, e este
final de crise influenciaria diretamente o próximo estágio, de forma que o
crescimento e o desenvolvimento do indivíduo estariam completamente imbricados
no seu contexto social, palco destas crises.
Identidade x Confusão de Identidade
Nos estudos de Erikson,
esta é a fase onde ele desenvolveu mais trabalhos, tendo dedicado um livro
inteiro à questão da chamada crise de identidade.
Em seus estudos,
Erikson ressalta que o adolescente preciso de segurança frente a todas as
transformações – físicas e psicológicas – do período. Essa segurança ele
encontra na forma de sua identidade, que foi construída por seu ego em todos os
estágios anteriores.
Esse sentimento de
identidade se expressa nas seguintes questões, presentes para o adolescente: sou
diferente dos meus pais? O que sou? O que quero ser. Respondendo a essas
questões, o adolescente pretende se encaixar em algum papel na sociedade. Daí
vem à questão da escolha vocacional, dos grupos que frequenta, de suas metas
para o futuro, da escolha do par, etc.
Existe aí também o
surgimento do envolvimento ideológico, que é o que comanda a formação de grupos
na adolescência, segundo Erikson. O ser humano precisa sentir que determinado
grupo apoia suas ideias e sua identidade. Mas se o adolescente desenvolver uma
forte identificação com determinado grupo, surge o fanatismo, e ele passa a não
mais defender suas ideias com seus argumentos, mas defende cegamente algo que
se apossou de suas ideias próprias. Erikson discute a integração de
adolescentes em grupos nazistas e fascistas, por exemplo, em Erikson (1987).
Toda a preocupação do
adolescente em encontrar um papel social provoca uma confusão de identidade,
afinal, a preocupação com a opinião alheia faz com que o adolescente modifique
o tempo todo, suas atitudes, remodelando sua personalidade muitas vezes em um
período muito curto, seguindo o mesmo ritmo das transformações físicas que
acontecem com ele.
Erikson lembra que o se
humano mantém suas defesas para sobreviver. Ao sinal de qualquer problema, uma
delas pode ser ativada. Nesta confusão de identidade, o adolescente pode se
sentir vazio, isolado, ansioso, sentindo-se também, muitas vezes, incapaz de se
encaixar no mundo adulto, o que pode muitas vezes levar a uma regressão. Também
pode acontecer de o jovem projetar suas tendências em outras pessoas, por ele
mesmo não suportar sua identidade. Aliás, este é um dos mecanismos apontados
por Erikson como base para a formação de preconceitos e discriminações.
Porém, a confusão de
identidade pode ter um bom desfecho: em meio á crise, quanto melhor o
adolescente tiver resolvido suas crises anteriores, mais possibilidade terá de
alcançar aqui a estabilização da identidade. Quando esta identidade
estiver firme, ele será capaz de ser estável com os outros,
conquistando, segundo Erikson, a lealdade e a fidelidade consigo mesmo, com
seus propósitos, conquistando o senso de identidade contínua.
·
O adolescente que fracassa na busca da
identidade
·
Experimentará insegurança; poderá
tornar-se.
·
Preocupado em exagero ou autodestrutivo
Moratória
Psicossocial
Um aspecto interessante da teoria de
Erikson é o conceito da adolescência como uma moratória psicossocial, ou
melhor, como um período intermediário admitido socialmente, durante o qual o
indivíduo pode encontrar uma posição na sociedade por meio da livre
experimentação de funções (Erikson, 1968). Depois de ter chegado ao
autoconhecimento nos aspectos físicos, cognitivo, interpessoal, social e
sexual, os adolescentes começam a refletir sobre os tipos de compromissos que
gostariam de assumir, o que seria o estado da identidade em fase de moratória.
A adolescência se converte, então, em um
período para analisar e provar vários papéis sem a responsabilidade de assumir
nenhum deles. Às vezes, os adolescentes percebem que a incerteza diante de
alternativas variadas provoca um retardamento nas decisões sobre o futuro e
causa mais ansiedade do que estão aptos a suportar. Então podem escolher entre
não fazer nada e continuar com a incerteza, regressando a um estado de
identidade difusa no qual abandonam os pensamentos sobre escolhas e
compromissos ou podem optar pelo que Erikson denominou de identidade
emprestada. Neste estado, o sujeito se prende a várias crenças e objetivos
vitais que aparecem “prontos” para ele, normalmente modelados por outro
sujeito, sem a possibilidade de se envolver num processo que lhe permita
considerar alternativas.
Os adolescentes que são capazes de
livrar- se da identidade difusa e de evitar a identidade emprestada iniciam
lentamente um período no qual a identidade demora a estabelecer compromissos
relativamente estáveis que se constitui como a realização da identidade. Em
comparação com as pessoas que se encontram na condição da identidade emprestada
e que tenham adquirido compromissos pertencentes a outros, os que realizam a
identidade têm mais probabilidade de experimentar um sentido de propriedade com
respeito às decisões tomadas.
Completamos ainda as explicações dizendo
que Erikson sabia que a duração e a intensidade da adolescência variam nas
diferentes sociedades, mas em todas elas a ideia de não ter formado a própria
identidade ao final da adolescência produz um profundo sofrimento para o
adolescente por causa da difusão de papéis. Tal confusão pode ser responsável
pela aparição de problemas psicológicos previamente latentes.
O adolescente que fracassa na busca da
identidade experimentará insegurança e poderá ficar preso a uma preocupação
constante ou numa atividade autodestrutiva. Poderá ter uma tendência a
preocupar-se em demasia com as opiniões de outros ou cair no polo oposto, não
se importar em absoluto com o que os outros pensam. A aproximação com a droga
dição pode ser uma forma de descarregar a ansiedade que gera esta difusão de papéis.
Erikson destacou que ainda que a crise
de identidade seja mais pronunciada na adolescência, durante outros períodos da
vida também pode ter lugar uma redefinição da identidade individual: quando os
indivíduos abandonam os lares, casam-se, são pais pela primeira vez,
divorciam-se ou mudam de trabalho. O êxito com que enfrentam tais mudanças de
identidade está determinado parcialmente pela capacidade para superar as crises
de identidade adolescentes (Erikson, 1959, 1968).
Crises de identidade podem surgir em
outros períodos da vida, quando assumimos novos papéis (pai ou mãe), ocorrendo
uma redefinição da personalidade
Síndrome da adolescência normal
Síndrome da adolescência normal ocorre na
adolescência que indicam mudanças no comportamento, mas que são típicas desse
período, não sugerindo alterações patológicas. Essas modificações são:
- A
busca pela identidade do ser adulto e de si mesmo: quem é? Como sou;
- Necessidade
de fantasiar e crescer intelectualmente;
- Separação
progressiva dos pais;
- Tendência
a viver em grupos;
- Contradições
nas manifestações de conduta rapidamente e alternativamente;
- Crises
religiosas com tendência a adotar a religião diferente da família;
- Atitude
reivindicatória na escola, em casa ou em qualquer meio de convívio;
- Alternância
de humor;
- Sono
exagerado;
- Evolução
sexual;
- Deslocações
no tempo.
- Necessidade
de intelectual e fantasiar
- A
vivência do tempo
- A
sexualidade
- Constantes flutuações do humor
A busca de uma nova identidade,
autonomia, definição sexual, social, ideológica e profissional. Pode confundir
o adolescente é importante sempre ter a liberdade e respeito de alguém da
família para poder dividir esta carga de insegurança, o dialoga é sempre um
ótimo caminho a seguir.
Conclusão
Sobre a adolecencia podemos concluir que seu início vária drasticamente
e pessoa para pessoa e com isso o inicios seria ainda na fase da criancice e
seu fim que seria na faze adulta, ou melhor, na faze onde assume um papel
social de adulto pode para algumas pessoas começar antes mesmo da puberdade e
nestes casos onde o adulto pula uma fase saindo da criancice indo direto para a
fase adulta.
Já o comportamento sexual começa a se desenvolver com esse desenvolvimento,
é um processo muito complexo e é fruto da interação de vários fatores -
desenvolvimento físico, psicosocial, a exposição a estímulos sexuais (que é
definida pela cultura), os grupos
de contatos sociais (amigos, grupos de esporte, etc.), e as situações
específicas que permitem o acesso à experiência erótica.
O desenvolvimento sexual se encontra já na infância. Não apenas os casos
de abuso sexual, mas também as experiências quotidianas de troca de carinho e afeto, de
relacionamentos interpessoais e de comunicação sobre a sexualidade desempenham um papel importantíssimo para o desenvolvimento do
comportamento sexual e afetivo do adolescente e, posteriormente, do adulto. Importantes
aqui, sobretudo processos de aprendizado através do modelo dos pais: em
famílias em que carinho e afeto são trocados abertamente e em que a sexualidade
não é um tabu os adolescentes desenvolvem outras formas de comportamento do que em
famílias em que esses temas são evitados e considerados inconvenientes.
Conclui-se
que o adolescente pretende inserir-se na sociedade dos adultos por meio de
projetos, de programas de vida, de sistemas muitas vezes teóricos, de planos de
reformas políticas ou sociais. Portanto, a verdadeira adaptação à sociedade vai-se
fazer automaticamente quando o adolescente passa de reformador a realizador.
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