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sábado, 9 de dezembro de 2017

Como funciona a mente das crianças de 02 a 06 anos

A Mente entre 2 e 4 anos
Essa é uma passagem importante, pois na idade de 2 anos a criança desconecta o EU do OUTRO. Antes dos 2 anos, a criança não tem noção exata de quem ela é. Por isso, se olha no espelho e não se identifica na própria imagem. Não sabe que é ela mesma que está vendo. Aos 2 anos essa diferenciação já acontece e ela consegue “controlar” a imagem no espelho.
Nesta fase a criança possui apenas o raciocínio concreto.
O abstrato ainda não está formado. Exatamente por isso, que os pais devem cuidar da linguagem que usam. Se você diz “Preciso voar daqui, agora!” ela entende literalmente o que você diz. Ou, “Você parece uma bola de tão gordinho”, faz a criança se imaginar como uma bola. Mas, por que isso é tão importante? Porque, é nesse período que as imagens ficam impressas em nossa mente. Elas podem interferir em nossa imaginação e nos acompanham por muito tempo.
É a fase em que o conhecimento das palavras aumenta, e o aprendizado dos nomes do corpo também. A criança já aprende nomes como joelho, pescoço, orelha…. e o nome da genitália masculina e feminina. Geralmente, os pais nomeiam corretamente diferentes partes do corpo, mas nessa área, por um constrangimento dos próprios pais, nomes diversos são dados.
No caso das meninas, nomes como: barata, aranha, perereca e vassoura aparecem como nomes “alternativos” e para os meninos,: pistola, passarinho, documentos, etc… idem. No caso das meninas, são nomes que sugerem nojo, medo e que assustam. São noções passadas e fixadas nesta mente, na fase do concreto e que leva, mais tarde, a encontrarmos adolescentes e jovens com uma imagem distorcida do funcionamento da genitália. Geralmente, apresentam um desconhecimento dessa parte do corpo. Levam uma sensação de “não se pode chegar perto”, é “nojento” ou “não sei direito como funciona”.
Se percebe, nesta faixa de idade, o menino segurando seu pênis, frequentemente, com medo de que ele de fato possa “sair voando”. A tentativa de disciplinar o filho com esta atitude, ou “mania”, é frequente. Mas os pais ignoram que este comportamento é causado por eles mesmos. Ou, eles se assustam quando veem o pai preocupado com seus “documentos” que sumiram.
Como é uma fase onde a criança já começa a perceber o OUTRO, ela já diferencia a expressão de raiva ou de contentamento nos pais. Por isso, não se deve permitir que a criança permaneça no quarto dos pais e presencie a relação sexual, principalmente porque é vista como uma agressão, e não como um ato amoroso. Geralmente, é percebido como uma atitude de agressão do pai, em relação, à mãe.
Como não há pensamento lógico nessa fase, é comum no supermercado a criança segurar um pacote de balas, por exemplo, e não querer largá-lo na saída, no caixa. A mãe se desespera, neste momento, interpretando tal atitude como rebeldia. Mas para a criança não existe a conclusão de que, poderá receber depois o pacote de balas. É necessário explicar, e levá-la a observar o processo do caixa, para que ela entenda. Pois ela percebe somente o que vê.
Para entender como o OUTRO se comporta, a criança faz a brincadeira de vestir a roupa da mãe, usar seus sapatos, pois assim vestida como a mãe, ela É a mãe. Então, poderá entender como ela, sua mãe, se comporta. As brincadeiras de pai, mãe, médico, etc… acontecem de maneiras repetidas. Quanto mais ela repetir e fizer esse exercício, mais ela aprenderá o comportamento do OUTRO. (vídeo ilustrativo)

É a fase também do Comportamento Aprendido. Se ela machucou a mão e recebeu um carinho, uma atenção maior, ela irá repetir tal fato. Dirá que está com a mão machucada, para novamente receber a mesma atenção. Muitos pais repreendem os filhos, neste momento, imaginando se tratar de uma mentira. Não há nesta fase a consciência do saber enganar o outro. Da mesma maneira que, quando você a proíbe de comer algo e se ausenta. Ela come e como não conclui, não entende como a sua mãe sabe que foi ela que comeu. Também não se trata de “mentiras”. Quando fala sobre monstros, ou conta estórias fantasiosas em excesso. É uma fase de grande imaginação criativa.
Como os meninos têm mais atividade cerebral do lado direito, preferem os carrinhos, pois lidam melhor com espaço e movimento. Já as meninas, têm os dois lados em atividade e lidam melhor com emoções e linguagem. Enquanto as meninas falam mais, mesmo sozinhas, os meninos já começam a preferir jogos com maior contato físico.
É a fase das mordidas, tapas e dos puxões de cabelo. Este é um comportamento percebido como “agressivo”, no entanto, é perfeitamente normal para esta idade. Isto porque o vocabulário ainda não está desenvolvido e a criança manifesta o que quer através deste comportamento. Em situações assim é suficiente, sempre que ela for bater,  segurar a mão dela e dizer: “NÃO PODE; ISSO MACHUCA, DÓI”.
Antes dos 3 anos, NÃO existe socialização. Ela começa a ser formada a partir de 2 anos e se estabelece por volta dos 3 anos, Por isso, que o ideal é que a criança inicie a escola e assim mesmo por meio período. É importante que na adaptação a criança fique com a mãe, para que tenha um desenvolvimento emocional saudável e equilibrado.




A Mente de 4 a 6 anos
Nessa idade, o começo de uma socialização se inicia e os grupos começam a se formar. Grupo de meninos e grupo de meninas. É fácil de se entender o motivo de tal separação, mas quando voltamos às características da fase de 2 a 4 anos, entendemos melhor o porquê.
Como é comum a brincadeira de colocar roupas dos pais para tentarem entender como esses pais se comportam, (e assim fazer a distinção entre o EU e o OUTRO) o menino imagina que caso comece a brincar com os brinquedos de menina ele poderá se tornar uma delas e vice-versa.
É comum vermos então meninos na idade de 6 anos, “desprezando” as meninas e seus brinquedos.
Inútil será nessa fase, a tentativa dos pais de tentarem aproximar os dois grupos.
Como é uma fase dos “Por quês?” é natural que já perguntem “Por onde sai o bebê?”
O importante aqui é satisfazer cada curiosidade da criança respondendo APENAS ao que ela pergunta. Geralmente nessa hora, alguns pais já se adiantam e imaginam que precisem discorrer sobre toda a concepção, etc… Isso não é necessário. Se ela ouvir uma explicação resumida como: “Tem um buraquinho em baixo e o bebê sai por ali.” e isso não a satisfizer ela perguntará mais. E a cada pergunta, uma única resposta.
A curiosidade sobre “como entram os bebês” ou “como se fazem os bebês” só virá mais tarde perto dos 8 ou 10 anos; variando de criança para criança.
Uma ótima oportunidade de valorizar seu filho nessa época, é jogar o Jogo da Memória com ele. Enquanto o adulto tem uma visão mais geral, eles têm a memória de curto prazo e facilmente ganharão.
Como sugestão de brincadeiras, que crianças nesta faixa etária gostam, aí vai um link para um material preparado pela UNICEF (<=link)
Muitas mães reclamam de dão ordens às crianças e passam o dia todo gritando. Mas desconhecem que nessa fase, a variedade de informação é tão grande, e acontece com tanta rapidez, que eles absorvem uma profusão enorme dessas informações, juntamente com as ordens e gritos da mãe. Nesse momento, o mais prático é entrar no campo de visão da criança, segurar sua cabecinha, fazer com que ela olhe para você e lhe dizer o que quer que ela faça.
Inútil, também, querer que ela acompanhe a noção de tempo. Dizer-lhe que ela só vai brincar 10minutos e depois terá de parar e tomar banho, será uma recomendação inútil. Ela não irá compreender e nem você entenderá porque ela não obedeceu.
Caso você queira que ela já comece a ter noção de tempo, deixe um relógio com ela de ponteiros grandes e lhe mostre como funciona o ponteiro maior. Ex: quando o ponteiro chegar aqui nessa posição, ou nesse número, você já pode parar de brincar…..
Com situações assim, a criança estará mais apta a entender o que você pede, e você evitará os desgastes e conflitos nessa fase.


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