A Mente entre 2 e
4 anos
Essa é uma passagem
importante, pois na idade de 2 anos a criança desconecta o EU do OUTRO. Antes
dos 2 anos, a criança não tem noção exata de quem ela é. Por isso, se olha no
espelho e não se identifica na própria imagem. Não sabe que é ela mesma que
está vendo. Aos 2 anos essa diferenciação já acontece e ela consegue
“controlar” a imagem no espelho.
Nesta fase a criança
possui apenas o raciocínio concreto.
O abstrato ainda não está formado. Exatamente por
isso, que os pais devem cuidar da linguagem que usam. Se você diz “Preciso voar daqui, agora!” ela
entende literalmente o que você diz. Ou, “Você
parece uma bola de tão gordinho”, faz a criança se imaginar como uma
bola. Mas, por que isso é tão importante? Porque, é nesse período que as
imagens ficam impressas em nossa mente. Elas podem interferir em nossa
imaginação e nos acompanham por muito tempo.
É a fase em que o conhecimento das palavras
aumenta, e o aprendizado dos nomes do corpo também. A criança já
aprende nomes como joelho, pescoço, orelha…. e o nome da genitália masculina e
feminina. Geralmente, os pais nomeiam corretamente diferentes partes do corpo,
mas nessa área, por um constrangimento dos próprios pais, nomes diversos são
dados.
No caso das meninas, nomes como: barata, aranha, perereca e vassoura
aparecem como nomes “alternativos” e para os meninos,: pistola, passarinho,
documentos, etc… idem. No caso das meninas, são nomes que sugerem nojo, medo
e que assustam. São noções passadas e fixadas nesta mente, na fase do concreto
e que leva, mais tarde, a encontrarmos adolescentes e jovens com uma imagem
distorcida do funcionamento da genitália. Geralmente, apresentam um
desconhecimento dessa parte do corpo. Levam uma sensação de “não se pode chegar
perto”, é “nojento” ou “não sei direito como funciona”.
Se percebe, nesta faixa de idade, o menino segurando seu pênis,
frequentemente, com medo de que ele de fato possa “sair voando”. A tentativa de
disciplinar o filho com esta atitude, ou “mania”, é frequente. Mas os pais
ignoram que este comportamento é causado por eles mesmos. Ou, eles se assustam
quando veem o pai preocupado com seus “documentos” que sumiram.
Como é uma fase onde a criança
já começa a perceber o OUTRO, ela já diferencia a expressão de raiva ou
de contentamento nos pais. Por isso, não
se deve permitir que a criança permaneça no quarto dos pais e presencie
a relação sexual, principalmente porque é vista como uma agressão, e não como
um ato amoroso. Geralmente, é percebido como uma atitude de agressão do pai, em
relação, à mãe.
Como não há pensamento lógico
nessa fase, é comum no supermercado a criança segurar um pacote de
balas, por exemplo, e não querer largá-lo na saída, no caixa. A mãe se
desespera, neste momento, interpretando tal atitude como rebeldia. Mas para a
criança não existe a conclusão de que, poderá receber depois o pacote de balas.
É necessário explicar, e levá-la a observar o processo do caixa, para que ela
entenda. Pois ela percebe somente o que vê.
Para entender como o OUTRO se comporta, a criança faz a brincadeira de vestir a roupa da
mãe, usar seus sapatos, pois assim vestida como a mãe, ela É a mãe. Então,
poderá entender como ela, sua mãe, se comporta. As brincadeiras de pai, mãe,
médico, etc… acontecem de maneiras repetidas. Quanto mais ela repetir e fizer
esse exercício, mais ela aprenderá o comportamento do OUTRO. (vídeo ilustrativo)
É a fase também do Comportamento Aprendido. Se ela machucou a
mão e recebeu um carinho, uma atenção maior, ela irá repetir tal fato. Dirá que
está com a mão machucada, para novamente receber a mesma atenção. Muitos pais
repreendem os filhos, neste momento, imaginando se tratar de uma mentira. Não há
nesta fase a consciência do saber enganar o outro. Da mesma maneira que, quando
você a proíbe de comer algo e se ausenta. Ela come e como não conclui, não
entende como a sua mãe sabe que foi ela que comeu. Também não se trata de
“mentiras”. Quando fala sobre monstros, ou conta estórias fantasiosas em
excesso. É uma fase de grande imaginação criativa.
Como os meninos têm mais atividade cerebral do lado direito, preferem os
carrinhos, pois lidam melhor com espaço e movimento. Já as meninas, têm os dois
lados em atividade e lidam melhor com emoções e linguagem. Enquanto as meninas
falam mais, mesmo sozinhas, os meninos já começam a preferir jogos com maior
contato físico.
É a fase das mordidas, tapas e dos puxões de cabelo. Este é um comportamento percebido como “agressivo”,
no entanto, é perfeitamente normal para esta idade. Isto porque o vocabulário
ainda não está desenvolvido e a criança manifesta o que quer através deste
comportamento. Em situações assim é suficiente, sempre que ela for
bater, segurar a mão dela e dizer:
“NÃO PODE; ISSO MACHUCA, DÓI”.
Antes dos 3 anos, NÃO existe socialização. Ela começa a
ser formada a partir de 2 anos e se estabelece por volta dos 3 anos,
Por isso, que o ideal é que a criança inicie a escola e assim mesmo por
meio período. É importante que na adaptação a criança fique com a mãe, para
que tenha um desenvolvimento emocional saudável e equilibrado.
A Mente de 4 a 6 anos
Nessa idade, o começo de uma socialização se inicia
e os grupos começam a se formar. Grupo de meninos e grupo de meninas. É fácil
de se entender o motivo de tal separação, mas quando voltamos às
características da fase de 2 a 4 anos, entendemos melhor
o porquê.
Como é comum a brincadeira de colocar roupas dos pais para tentarem
entender como esses pais se comportam, (e assim fazer a distinção entre o EU e
o OUTRO) o menino imagina que caso comece a brincar com os brinquedos de menina
ele poderá se tornar uma delas e vice-versa.
É comum vermos então meninos na idade de 6 anos, “desprezando” as
meninas e seus brinquedos.
Inútil será nessa fase, a tentativa dos pais de tentarem aproximar os
dois grupos.
Como é uma fase dos “Por quês?” é natural que já perguntem “Por onde sai
o bebê?”
O importante aqui é satisfazer cada curiosidade da criança respondendo
APENAS ao que ela pergunta. Geralmente nessa hora, alguns pais já se adiantam e
imaginam que precisem discorrer sobre toda a concepção, etc… Isso não é
necessário. Se ela ouvir uma explicação resumida como: “Tem um buraquinho em
baixo e o bebê sai por ali.” e isso não a satisfizer ela perguntará mais. E
a cada pergunta, uma única resposta.
A curiosidade sobre “como entram os bebês” ou “como se fazem os bebês”
só virá mais tarde perto dos 8 ou 10 anos; variando de criança para criança.
Uma ótima oportunidade de valorizar seu filho nessa época, é jogar o
Jogo da Memória com ele. Enquanto o adulto tem uma visão mais geral, eles têm a
memória de curto prazo e facilmente ganharão.
Como sugestão de brincadeiras, que crianças nesta faixa etária gostam,
aí vai um link para um material preparado pela UNICEF (<=link)
Muitas mães reclamam de dão ordens às crianças e passam o dia todo
gritando. Mas desconhecem que nessa fase, a variedade de informação é tão
grande, e acontece com tanta rapidez, que eles absorvem uma profusão enorme
dessas informações, juntamente com as ordens e gritos da mãe. Nesse momento, o
mais prático é entrar no campo de visão da criança, segurar sua cabecinha,
fazer com que ela olhe para você e lhe dizer o que quer que ela faça.
Inútil, também, querer que ela acompanhe a noção de tempo. Dizer-lhe que
ela só vai brincar 10minutos e depois terá de parar e tomar banho, será uma
recomendação inútil. Ela não irá compreender e nem você entenderá porque ela
não obedeceu.
Caso você queira que ela já comece a ter noção de tempo, deixe um
relógio com ela de ponteiros grandes e lhe mostre como funciona o ponteiro
maior. Ex: quando o ponteiro chegar aqui nessa posição, ou nesse número, você
já pode parar de brincar…..
Com situações assim, a criança estará mais apta a entender o que você
pede, e você evitará os desgastes e conflitos nessa fase.
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